Antonio C Pinto on Thu, 11 Dec 2003 02:18:33 +0100 (CET)


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[nettime-lat] Da arte p ós-contemporânea.


Da arte pós-contemporânea.

Por causa da pintura de Luis Herberto, exposta na Quadrum.

António Cerveira Pinto

Na obra de Luis Herberto são notórias a reiteração, aparentemente
acacrónica, do realismo e da pintura a óleo (servida por um cativante
domínio da faculdade de desenhar) e a obsessão do corpo, seja ele o corpo
flácido dos sexagenários estendidos ao Sol, nas lages rochosas da praia da
Parede, as foragidas vítimas do 11 de Setembro, ou as figuras de estilo da
omnipresente pornografia contemporânea. Estas evidências programáticas
estão, como se sabe, nas antípodas da chamada ³arte contemporânea².

Tenho a convicção crescente de que a ³arte contemporânea² sobrevive nos
nossos dias como uma espécie de Œpatois¹ pueril dos movimentos estéticos
que, do Impressionismo até ao Conceptualismo, esgotaram o paradigma da arte
burguesa e abriram caminho ao ³design² e à ³moda². A ³arte contemporânea²
deixou de estimular e não incomoda ninguém. As suas inextricáveis
micrologias tornaram-se uma espécie de ladaínha esperantica com a qual
atentos e corrompidos auxiliares mediáticos justificam dispêndios públicos,
logros privados e luxos ridículos. Quanto menos explicável, mais
interessante - pensam! Onde a intuição de sobrevivência for mais aguda (Tate
Modern?), sob a pressão imparável dos pagadores de impostos, a moribunda
³arte contemporânea² dará progressivamente lugar a constructos
estrategicamente mais inteligentes, tecnologicamente exigentes, democráticos
e interactivos. A arte pós-contemporânea, concebida como um nova espécie de
³design² global, será simultaneamente mais realista (hiperrealista como
hiperrealista é a Manga japonesa ou fenómeno Anime) e orgânica (no sentido
de uma extensão artificial da Natureza, e no sentido de uma nova ³realidade
aumentada²). 

TEXTO INTEGRAL: link = "texto crítico", in http://www.galeriaquadrum.com/

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PS - ABUSO DE INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA. Estou deveras encantado com a balda
do chamado "inside trading" (AIP) que grassa no meio artístico nacional. A
última moda dos Funcionários Públicos do chamado meio artístico portugués
(MAP) é acumularem as suas funções oficiais, supostamente isentas (e pelas
quais todos pagamos, pagando impostos), com cargos e avenças privadas
precisaamente nas mesmas áreas profissionais. Isto passa-se no CCB, no Museu
do Chiado e agora também na Fundação de Serralves. Na maré de pedófilos e
corruptos que parece ter submergido este pobre País, isto até parece coisa
de somenos. Veremos um dia destes que não é.

a
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